domingo, 6 de abril de 2008

A Ação Direta

Como os pensamentos e as práticas da ação direta atravessaram os diferentes militantes e se propagaram em diversas direções?

Talvez a pergunta correta a se fazer não seja como, mas o que constitui este atravessamento que liga diversos e diferentes indivíduos a direções e projetos semelhantes, quiçá, comuns?

A ação direta é uma recusa de uma via política saturada. É o método da autogestão, isto é, constitui-se na própria autogestão em movimento. É estratégia que põe a “máquina de guerra” em ataque, que impõe a luta de dentro para fora, uma implosão (uma guerra política ou uma política de guerra): desgastando, corroendo, minando as forças do Estado capitalista.

É um vírus que contamina, espalha e dá ânimo ao instinto de revolta adormecido. Trata-se da capacidade humana de se indignar. É o móvel bélico que ocupa/desocupa espaços e não-espaços, imprevistos, que escapa e desaparece quando é contra-atacado e ressurge, na invisibilidade do disfarce e da camuflagem, onde o Estado policial ainda não controla, é a ação que se antecipa ao controle, o ludibriando, que finta a marcação da tática disciplinar. Enfim, a ação direta cria o novo, o inesperado, o “milagre” na repetição, no provável, no determinado. A ação direta é uma sensibilidade do inconformismo, um uivo de agonia, um espasmo de ira, uma recusa à uniformidade de controle.

Suas histórias impregnaram toda a humanidade, desde os mais remotos tempos, até ser nomeada, enclausurada, aqui ou ali, temporariamente (pois é fuga incessante), em um ou outro campo de força, mas, sobretudo, trata-se de uma idéia, um método, uma estratégia, um modus vivendi... sem dono, autor ou culpado.

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