segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Supervalorização do Técnico de Futebol





Hoje recebi uma notícia de que o ex-técnico santista Wagner Mancini teria rejeitado o cargo no Flamengo porque o salário oferecido era ridículo: 80.000,00 reais por mês. O interessante é que de fato para os padrões atuais, o salário é mesmo ridículo, porém, para os padrões do Brasil, é sim, uma excelente remuneração.



Isso dá a medida não só da importância do futebol em nossa cultura, mas a relevância da profissão de técnico no Brasil. Dizia-se que quando estava no Palmeiras, Luxemburgo tinha o maior salário do elenco, mesmo tendo Marcos como o grande ídolo do Palmeiras nos últimos tempos. Seria a carência de mais ídolos (jogadores) atuando no país ou a supervalorização da profissão de técnico?



Creio ser um pouco das duas coisas, mas, principalmente, da supervalorização do técnico, ingenuamente percebido pelos brasileiros, não como mais uma função, entre outras, dentro de um time de futebol, mas como o grande interventor do futebol, com capacidade para mudar os rumos de uma partida, como se os jogadores fossem marionetes, programas de um sistema tático em que não caberiam imprevisibilidades. O que é evidentemente uma grande ingenuidade.


Quando o técnico influencia o decorrer de uma partida, o faz sobre várias circunstâncias, a maioria delas, incontroláveis por ele. Os craques, sim, são os grandes interventores do jogo, pois eles são capazes de criar o inusitado, o imprevisível; o técnico é um mero coadjuvante, quando não é apenas um figurante.


Nenhum comentário: