quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Segurança em troca de sua liberdade!? A tática do fundamentalismo democrático!


Vivemos em um imaginário de medo, em grande parte, real, mas em muitas oportunidades, hiperbolizado pelos poderes instituídos. Isso acontece com claro intuito de cercear a liberdade dos indivíduos dando-lhes em troca a tão valiosa segurança. Há uma clara oposição na sociedade atual entre liberdade e segurança. Quanto mais liberdade mais insegurança e vice-versa. Há também um evidente discurso que busca nos acostumar a dar mais valor à segurança.


A liberdade seria aquilo que deveríamos sacrificar para termos segurança, para preservarmos a espécie. Em contrapartida, delegaríamos nossa soberania a outrem, instituindo assim, uma esfera de poder acima de todos os indivíduos, assim se formou o Estado. Isso remonta desde Hobbes, no mínimo.


Porém, está cada vez mais presente nos dias atuais, cada vez mais disseminado no nosso dia-a-dia, a exemplo das câmeras de tv dos estabelecimentos comerciais, presente também nas ruas e avenidas monitorando todos os nossos passos naturalmente vigiados. Isso já faz parte do nosso cotidiano, não discutimos, não reclamamos, pelo contrário, nos sentimos mais seguros; ser vigiado, controlado virou sinônimo de segurança... Liberdade?, para que serve isso mesmo?


Essa estratégia de poder obscurece o verdadeiro cerne da questão: a de que não há uma relação direta entre liberdade e segurança, uma não exclui a outra, desde que, as normas e os critérios de controles sejam igualmente distribuídos e igualmente administrados.


Obviamente, isso não interessa aos dirigentes, pois implicaria numa sociedade verdadeiramente democrática, coisa bastante imprópria à organização política liberal que perpassa a sociedade, como uma organização natural (fabricada para ser percebida assim) e, por isso, incontestável. É esse fundamentalismo democrático que justifica a imposição de governos democráticos em todo o mundo, mesmo naqueles países em que a palavra democracia não faz o menor sentido, como o “mundo árabe”. É pois, em nome da segurança, em nível mundial, que a ONU proíbe outros países de desenvolver tecnologias atômicas.

Um comentário:

Mércia de Oliveira disse...

É Prof. Adonile, infelizmente você tem bastante razão. Exemplo desse desinteresse por nossa liberdade são as cidades que estão adotando toque de recolher para os adolescentes, pois, a instituição familiar não consegue definir os limites dos filhos e assim, delegam podores a outrem, no caso a justiça/polícia, para "controlar" seus filhos. Seria a instalação de um estado policial??