domingo, 14 de abril de 2013

Lula, se quisesse, poderia dizer: Diogo Mainardi é meu tapirus terrestris, companheiro!



Li Diogo Mainardi pela primeira vez no Carrefour. Eu odeio fazer compras, e sempre que posso saio de perto do carrinho e vou para as estantes de livros. Confesso que deixei de ler a Veja regularmente desde 1997, agora só a leio no dentista, por pura falta de opção, pois entre as revistas à disposição, Caras e Veja, ainda prefiro Veja, só Deus sabe até quando. 

Portanto, já havia ouvido falar dele e já até tinha lido algumas frases de efeito soltas aqui e ali em sua coluna, mas como a arte de ofender nunca me atraiu, sempre pulava seus textos. Mas, voltando ao supermercado, folheei seu livro: "Lula é minha anta", e de início tive ojeriza, mas como acho que todo o livro tem o direito de ser lido, folheei assim mesmo, e nunca, que eu me lembre, discordei tanto de alguém, não pelo conteúdo (pois ele nos faz pensar, desconfiar e refletir, do pior jeito é verdade, com muitas  opiniões sem fatos que as sustente, mas ainda assim, entendo como um mérito), mas era a sua forma característica de se expressar que me causava antipatia. 

O fato é que comprei o livro por meros  R$ 2,00. Isso mesmo, 2 reais. E tal livro se tornou o meu passatempo preferido naqueles momentos fisiológicos em que temos que sentar no vaso. Porque tudo que ele escrevia eu mentalmente tentava contradizê-lo, nem sempre foi fácil, pois como se sabe o PT e muitos outros fizeram o maior esforço para que suas conjecturas acertassem no alvo. De qualquer forma, o que me irritava eram suas ofensas gratuitas, seu preconceito acadêmico contra o Lula e sua intolerância contra as minorias. É muito fácil ser contra tudo, sem precisar justificar os posicionamentos, sem ter um lugar de onde se fala, isso me irritava. 

Então, recentemente, quando li* que o Sr. Mainardi perdeu o processo de calúnia impetrado contra ele por Jorge Furtado, porque, entre outras bizarrices errou uma conta simples de matemática (700-250 é 350 segundo o ex-colunista da Veja), inverteu as datas dos mandatos de Antônio Brito do PMDB com o do governador do PT, algo elementar que os professores de História, aqueles que ele disse uma vez que "transformam nossos filhos em esquerdistas sanguinários", ensinam no 9º ano Fundamental e porque, pasmem, seu advogado de defesa tentando fazer um comentário elogioso (sic) ao filme de Furtado, citou Hitchcock com seu premiadíssimo "Janela Indiscreta", filmaço; mas que nunca ganhou um prêmio importante. 

Tudo bem que o advogado não soubesse disso, mas então para quê comentar, arrotar erudição? Talvez tenha aprendido com o seu réu. Depois de tudo isso, só resta ao Lula dizer: "Diogo Mainardi é meu tapirus terrestris!"