terça-feira, 2 de novembro de 2010

Querer não é Poder!

O poder de Aécio






 Ou querer da Veja?



Mais uma capa que a Veja gostaria de esquecer, das inúmeras capas, entrevistas e notícias que demonstram cabalmente a decadência daquela que um dia foi a maior revista do Brasil.

Todo seu esforço editorial, matemático, estatístico e analítico não foi suficiente para que a suposta força política de Aécio em Minas tivesse algum efeito na eleição de seu algoz José Serra.

Algoz sim, pois está mais ou menos claro que a espionagem sobre Serra articulada pelo ex-jornalista do Estado de Minas, Amaury Junior, tinha o objetivo de proteger Aécio Neves contra supostos arapongas de Serra:

“Em nota, o jornalista negou as acusações e afirmou que "jamais pagaria pela obtenção de dados fiscais sigilosos de qualquer cidadão". Até agora, Ribeiro prestou três depoimentos. No último, em 15 de outubro, ele revelou ao delegado Hugo Uruguai que recebeu a missão de investigar dirigentes tucanos do jornal onde trabalhava, o "Estado de Minas", para proteger o governador mineiro, Aécio Neves, de espionagem ilegal comandada pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), a serviço de Serra, num caso típico de fogo amigo”. (Fonte)



E este antagonismo entre os líderes das duas mais fortes tendências do Tucanato, a paulista guerreira e a mineira mais branda, ficou mais claro no discurso ressentido e bélico de Serra após a derrota mal digerida, ainda mais mal digerida pela acachapante derrota em Minas de Serra: Dilma ganhou de Serra por diferença de 17%, muito mais que os 12% em território nacional.

Tanto foi o ressentimento e mágoa que Serra nem ao menos agradeceu o empenho de Aécio à campanha de segundo turno, é bem verdade, que este empenho pode ter ocorrido por interesses obscuros, para que talvez não se vinculasse o nome de Amaury Jr. ao de Aécio contra Serra, mas o fato é que houve empenho, e este foi cerimonialmente ignorado por Serra em seu discurso.

A capa da Veja revela, entre outros pontos, a intenção clara de um meio de comunicação tentar construir uma situação com base em especulações maquiadas como se fosse um fato inconteste: a transferência de voto de Aécio para Serra.

O único fato verdadeiro da reportagem de Aécio é que o mesmo é muito forte em Minas, mas nada levava a crer que esta força de popularidade fosse transferir votos para Serra. Qual o fundamento desta minha afirmação? As eleições de primeiro turno!

Nestas, seu candidato biônico, o Sr. Anastasia, feito às pressas candidato por Aécio, tal qual Dilma por Lula, foi eleito com facilidade no primeiro turno, enquanto Serra também havia perdido pra Dilma de forma decepcionante.

Ou seja, houve transferência de Aécio para Aécio, quer dizer, de Aécio para Anastasia, mas não houve transferência de Aécio para Serra. Por uma razão muito simples: a única coisa que ambos têm em comum é o fato de estarem no mesmo partido, nada mais. São água e óleo, não se combinam. Isso vai ficar cada vez mais claro agora, na disputa interna do PSDB que promete ser dura, principalmente, porque ao contrário do que a maioria esperava, Serra não quer se aposentar.

Para o editorial da Veja resta dizer: querer não é poder!

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