Alguns parlamentares, partidos e juízes em vez de atacarem o
cerne do problema da corrupção no Brasil: o financiamento empresarial de
campanha, preferem ficar brincando de fazer reforma política e utilizam o termo
reforma, quando deveriam falar em continuidade, pois com a reforma que se à
vizinhança na Câmara dos Deputados, o que teremos é a prática do velho lema:
“vamos reformar para tudo ficar como está”.
Como no Brasil, já é moda os poderes confundirem suas
funções, esta história de engodo versus Reforma política começou em abril de
2014, quando o STF iniciou uma votação para decidir pelo fim ou não das
“doações” empresariais para campanhas políticas. Esta, é obviamente, uma
função legislativa e como tal caberia ao Congresso e não ao Judiciário a
decisão, mas como é notório até para os juízes do Supremo que nem a Câmara e
nem o Senado tem o menor interesse neste assunto, o STF deu seu jeitinho e
tomou a frente e em abril passado começaram as seções. Quando parecia que, enfim
o brasileiro ia se ver livre de tal excrescência legal, o notório juiz, Gilmar
Mendes, quando o placar era 5 a 1 para o fim das “doações”, pediu vista de
processo e, assim, está até o momento.
Depois dos indiciamentos de parlamentares, consequência da Operação
Lava Jato, os holofotes voltaram-se para o Congresso e, qual não foi a minha
surpresa em saber que, Vossa Excelência, Eduardo Cunha, presidente da Câmara,
um dos indiciados, e seu partido, o PMDB são contrários ao fim das “doações”
empresariais.
No entanto, o meu espanto foi maior quando soube que o PT,
apoia o fim dos oleodutos (trocadilho infame para o caso Petrobrás) e dos
túneis (trocadilho também infame para o caso do Metrô em São Paulo) por onde
escoam e passam a maioria do dinheiro da corrupção no Brasil.
Depois do espanto, a esperança: se o PT, um dos maiores
beneficiados destas “doações” de campanha, só nas últimas eleições
presidenciais, foram mais de 60 milhões, é a favor do fim desta garantia vil, é
possível que haja Reforma e não engodo, apesar dos Gilmares e Eduardos da vida.
E depois da esperança, a cobrança: se o governo,
representado, em parte, pelo PT, é a favor do fim destes inescrupulosos
investimentos disfarçados de doações, o que esperar da oposição, se não, que
também seja favorável ao fim desta abominação contida em nossa legislação
eleitoral.
É urgente que o PSDB e a oposição como um todo, se
posicionem também contra esta prática funesta e defendam o fim desta deplorável
garantia legal ou que, pelo menos, deixem de se falar em reforma, posto que não
passará de um engodo.
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