quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ilha das Flores - Jorge Furtado



Ilha das Flores é sem dúvida um dos melhores curtas brasileiros, embora, como toda obra, esteja datado, ainda consegue transpor as barreiras do tempo e continua muito relevante, principalmente para as aulas de história, para que não seja como aquela a que o filme se remete.

As famílias brasileiras mudaram, não é mais preciso homem e mulher concomitantemente para formar um núcleo familiar (ainda bem), mas a pobreza (muito mais) e a miséria continuam e o lixo é um problema ainda muito mais grave hoje em dia.

No entanto, o que mais chama atenção no filme é sua narrativa didática e envolvente que consegue desnudar as contradições do capitalismo, como o consumismo de um lado e a miséria de outro. O filme nos leva ao limite extremo do absurdo da monetarização da vida: que chega a rebaixar um ser humano "o mamífero bípede, com telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor" a um posição inferior ao do porco, isto porque os seres humanos na ocasião são livres e sem dono, ao contrário do porco.

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