domingo, 1 de fevereiro de 2009

Excerto Carta Capital A mão invisível do Estado: "Globalização 2.0"



“Moldar o mundo pós-crise.” Nenhuma das edições mais recentes do Fórum Econômico Mundial (WEF, segundo a sigla em inglês) permitia prever o tema de Davos 2009 e seu caráter imperativo e intervencionista. De “O Imperativo Criativo” (2006) a “O Poder da Inovação Colaborativa” (2008), os temas eram tão banais e otimistas quanto títulos de livros de autoajuda para executivos. [...]



Agora, o clima é de seriedade e urgência. Klaus Schwab, fundador e presidente do WEF, fez seu discurso em tom de mea-culpa: “Somos todos responsáveis por não reconhecer os riscos de um mundo totalmente desequilibrado. Deveríamos ter prestado mais atenção naquelas pessoas que conseguiram prever os sinais e falaram desses riscos aqui nesta sala. A negação de uma verdade politicamente inconveniente ou desagradável, em conjunto com o instinto de manada, nos levou a depender de sistemas irreais e insustentáveis, enfraquecidos ou abusados de maneira antiética ou fraudulenta”.


Muitos dos astros do setor financeiro e empresarial que lá brilharam nos anos anteriores não foram ouvir o líder russo. Alguns faliram (como Richard Fuld, do Lehman Brothers), outros foram demitidos (como John Thain, do Merrill Lynch), vários têm problemas com a Justiça (como Ramalinga Raju, presidente da indiana Satyam Computer Services, detido por fraude) e outros estão simplesmente embaraçados ou ocupados demais para aparecer, inclusive os presidentes do Citibank e do Bank of America, dependentes de socorro estatal para manter à tona aqueles que ainda em 2007 eram os dois maiores e mais poderosos grupos bancários do mundo. Hoje, o alto do pódio está ocupado pelo ICBC, o equivalente chinês do BNDES.


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