sábado, 23 de fevereiro de 2008

Sobre Foucault, História e Anarquismo em Margareth Rago

Apesar do fócuo do artigo ser um discussão infrútifera: a identificação ou não de Foucault ao anarquismo, o seu desenvolvimento supera esta inutilidade, pois ao tentar demonstrar que teoricamente a filosofia foucaultiana se aproxima muito dos ideais libertários de luta, a autora nos revela algumas das alternativas políticas possíveis na atual sociedade de controle que reoganiza os mecanismos de domínio da sociedade disciplinar. Nesse sentido, Rago, com base nas problemáticas levantadas por Foucault, principalmente, em relação ao objetivo de Foucault em construir uma contra-memória se utilizando de estratégias tais como: o uso do burlesco, a dissociação sistemática da identidade e a desmitificação do sujeito do conhecimento, que segundo as filosofias tradicionais se constituia como totalidade, como essência, como continuidade, etc. Nessa desconstrução da história supra-histórica, a filosofia foucaultiana se mostra mais próxima das estratégias da ação direta que combate todos os dias contra os inimigos imediatos, contra os poderes e micro-poderes contituídos. Nesse sentido, a autora encontra um argumento forte que pode vir a sustentar a proposição de que Foucault foi um anarquista teórico, embora, insistimos que a identificação do mesmo com a teoria e prática libertárias não altera em nada nem os anarquismos nem a filosofia de Foucault.Ao final do texto, retomando um escrito de Deleuze, A sociedade de controle, sobre Foucault, é possível vislumbrar as táticas anarquistas como máquinas de guerra contra os aparatos de Estado e suas redes de controle social.

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